Petrobras (PETR4) no 3º Trimestre de 2025: Recorde de Produção, Impacto do Pré-Sal e Perspectivas para o Mercado

 

Foto: Divulgação/Petrobrás (outubro 2010) / Navio-plataforma Cidade de Angra dos Reis (RJ). Fonte: flickr

Petrobras 3T25: produção recorde no pré-sal, alta de 18,4% no óleo, dividendos atrativos e perspectivas sólidas para investidores e o mercado de petróleo brasileiro.


Introdução

O desempenho da Petrobras (PETR4) no terceiro trimestre de 2025 tornou-se o centro das atenções dos investidores e do setor de petróleo e gás, tanto pela força dos números operacionais quanto pela relevância estratégica dos projetos implementados no período. Com um aumento expressivo de 18,4% na produção média de petróleo no Brasil, que alcançou 2,52 milhões de barris por dia (bpd), e uma produção total de petróleo e gás natural de 3,14 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), 16,9% superior ao mesmo trimestre de 2024, a estatal reforça seu papel de liderança na indústria energética nacional e no cenário internacional1234.

Estes avanços, impulsionados pelas plataformas FPSO Almirante Tamandaré no campo de Búzios e FPSO Marechal Duque de Caxias em Mero — ambos na rica camada pré-sal da Bacia de Santos —, consolidaram uma sequência de recordes de produtividade e eficiência operacional para a companhia. As projeções financeiras destacadas por agentes de mercado como a XP Investimentos, com estimativas de Ebitda ajustado em US$ 11,3 bilhões, lucro líquido de US$ 4,3 bilhões e dividendos na ordem de US$ 2,3 bilhões, aumentam ainda mais a expectativa em torno dos resultados oficiais do trimestre56.

Este artigo apresenta uma análise jornalística aprofundada dos dados de produção, impacto dos projetos no pré-sal, perspectivas de rentabilidade, política de dividendos, reação do mercado financeiro e tendências do setor de petróleo, estruturada com palavras-chave otimizadas para motores de busca e referências oficiais confiáveis. A seguir, abordam-se detalhadamente todos os fatores centrais que determinaram os resultados recordes da Petrobras e as implicações para os acionistas e para o futuro energético do Brasil.


1. Recordes de Produção: Dados Oficiais do 3T25

1.1 Alta na Produção de Petróleo

A Petrobras atingiu, no terceiro trimestre de 2025, uma produção média de 2,52 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no Brasil, representando um crescimento de 18,4% em relação ao mesmo período de 20247324. Trata-se da maior alta anual em muitos anos, superando até mesmo expectativas de consultorias e bancos de investimento no início do ano. Se comparada ao segundo trimestre, a produção total cresceu 8%, refletindo a entrada em operação e aceleração do ramp-up de importantes plataformas operacionais18.

No total, englobando óleo, gás natural e LGN, a Petrobras alcançou 3,14 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), ampliando em 16,9% o patamar alcançado no 3T24 e em 7,6% frente ao trimestre imediatamente anterior491. Os dados constam do relatório oficial de produção e vendas divulgado pela companhia em 24 de outubro de 2025, e são corroborados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)10.

A produção comercial — ou seja, o volume efetivamente vendido no período — foi de 2,768 milhões de boed, alta de 18,4% em relação ao terceiro trimestre de 2024. O gás natural também apresentou crescimento: a média diária foi de 594 mil boed, um avanço de 13,1% em relação ao ano anterior3.

Resumo dos principais dados operacionais do 3T25:

Métrica

3T25

Variação Anual

Variação Trimestral

Produção total de petróleo (bpd)

2,52 milhões

+18,4%

+8%

Produção total de óleo + gás (boed)

3,14 milhões

+16,9%

+7,6%

Gás natural (boed)

594 mil

+13,1%

+6,3%

Produção comercial (boed)

2,768 milhões

+18,4%

+8,1%

Pré-sal (bpd)

2,117 milhões

+16,2%

+6,6%

Os dados acima mostram um trimestre de aceleração operacional, consolidando os aprendizados de ramp-up, melhorias em processos industriais e ganho de eficiência nas bacias de Santos e Campos. É importante observar que o desempenho no pós-sal profundo e ultra-profundo também contribuiu de modo relevante, com alta de 33,1% sobre o ano anterior39.

1.2 Contribuição do Pré-Sal

O pré-sal foi novamente o protagonista da estratégia de crescimento da Petrobras. Entre julho e setembro de 2025, 2,117 milhões de bpd foram extraídos dos campos do pré-sal, correspondendo a 69% da carga processada nas refinarias e a quase dois terços da produção total da companhia1. O desempenho reflete não só a maturidade dos projetos, como também o fortalecimento do portfólio de ativos de alta produtividade e baixo custo estabelecido pela estatal nos últimos anos.

A robustez do pré-sal é marcada pela adoção intensiva de plataformas FPSO (Floating Production Storage and Offloading) de alta capacidade, com destaque para o campo de Búzios — atualmente o segundo maior polo produtor do país e com potencial de superar a marca histórica do campo de Tupi até o final da década111213.

O avanço da produção nos campos de Búzios (FPSO Almirante Tamandaré) e de Mero (FPSO Marechal Duque de Caxias) é fundamental para entender o salto recente da Petrobras, como será detalhado a seguir.


2. FPSO Almirante Tamandaré e FPSO Marechal Duque de Caxias: Motores do Crescimento

2.1 FPSO Almirante Tamandaré – Búzios (Pré-Sal)

O FPSO Almirante Tamandaré, a maior unidade do tipo já instalada no Brasil, entrou em operação no campo de Búzios em fevereiro de 2025, rapidamente se tornando a plataforma com o maior volume de produção da Petrobras e do país111213. Em apenas seis meses de atividades, atingiu a capacidade máxima de projeto de 225 mil barris por dia — processo que estava originalmente previsto para novembro, mas foi antecipado para agosto, destacando a excelência operacional da companhia.

Semanas depois, já em outubro, essa mesma unidade superou seu próprio recorde, ultrapassando a marca de 250 mil barris de petróleo/dia, graças à autorização dos órgãos reguladores para operar acima da capacidade nominal em função da performance dos poços interligados1. Este feito singular foi interpretado como novo referencial técnico na indústria offshore global, sendo reconhecido inclusive com o Prêmio OTC Brasil 2025 pelo desempenho do Projeto Búzios 712.

A plataforma conta com tecnologias avançadas para descarbonização — como sistema de flare fechado, aproveitamento de calor para redução do consumo energético e tecnologias de reinjeção de gás —, além de forte integração com outras unidades da área. O campo de Búzios já dispõe de outras seis plataformas FPSO em atividade e, segundo projeção da Petrobras, pode alcançar 1,5 milhão de barris por dia até 20301112.

Segundo a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da companhia, Renata Baruzzi, a marca confirma um novo patamar de produtividade, possível apenas em campos como o de Búzios, cuja magnitude em volume, qualidade do óleo (petróleo leve), extensão e infraestrutura tornam-no referência mundial12.

2.2 FPSO Marechal Duque de Caxias – Mero (Pré-Sal)

Paralelamente ao desempenho em Búzios, a plataforma FPSO Marechal Duque de Caxias atingiu seu pico de produção máximo de 180 mil bpd em tempo recorde: apenas 201 dias após o início das operações em 30 de outubro de 20241415. Em setembro de 2025, superou essa meta, alcançando 200 mil barris por dia, 20 mil acima da capacidade de projeto — performance também autorizada pelos reguladores devido às condições dos reservatórios1.

A unidade destaca-se não apenas pelo volume, mas pela introdução futura da tecnologia HISEP®, que permitirá, a partir de 2028, a separação de óleo e gás rico em CO2 diretamente no fundo do mar, com reinjeção do gás no reservatório, contribuindo para uma expressiva redução das emissões de gases de efeito estufa14.

O campo de Mero configura-se como um dos principais ativos estratégicos do portfólio da Petrobras e é operado em consórcio com parceiros globais como Shell, TotalEnergies, CNOOC e CNPC1514. O contínuo desenvolvimento de novos FPSOs no local pode elevar a capacidade instalada para 770 mil bpd nos próximos anos14.

2.3 Ganhos de Eficiência e Novos Poços

O trimestre também foi marcado pela entrada em operação de 11 novos poços produtores, sendo sete na Bacia de Campos e quatro na Bacia de Santos. A companhia atribui parte do sucesso do trimestre ao menor volume de perdas por paradas e manutenções, aumento da eficiência operacional (3% superior ao ano anterior) e redução do tempo de ramp-up das novas unidades1.

O parque de refino manteve o fator de utilização em 94%, um dos níveis mais altos já registrados, e a produção de derivados cresceu 3,5% em relação ao trimestre anterior, destacando-se diesel, QAV (querosene de aviação) e gasolina — produtos de maior valor agregado e importância estratégica para o mercado doméstico1.


3. Expansão Comercial, Exportações e Desempenho no Mercado Interno

3.1 Vendas e Exportações

Com volumes recordes de produção, a Petrobras também registrou desempenho expressivo nas vendas. As vendas internas de derivados totalizaram 1,804 milhão de barris diários, com destaque para o diesel (crescimento de 12,2% no período, atingindo 809 mil barris/dia). O diesel S10, de baixo teor de enxofre, respondeu por quase 68% do volume vendido, estabelecendo novos recordes mês a mês9.

Nas exportações, a estatal bateu recorde absoluto, com embarques de 814 mil barris/dia de petróleo bruto, representando uma alta de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior. A China foi o principal destino do óleo brasileiro, responsável por 53% das exportações, seguida pela Europa (15%), América Latina (10%) e Estados Unidos (3%)9.

Esse avanço veio em um contexto de expansão da demanda global por combustíveis e aumento da eficiência logística, em parte pela estabilidade política e pelo fortalecimento da infra-estrutura portuária nacional. Os resultados reforçam o posicionamento da Petrobras como grande exportadora e provedor de energia na matriz internacional, além da competitividade do óleo extraído do pré-sal em mercados exigentes em termos de qualidade e sustentabilidade.

3.2 Refino e Novos Produtos

A produção de derivados (diesel, gasolina, QAV) totalizou 1,790 milhão de barris por dia, com produtos de maior valor agregado respondendo por 69% do total, alinhando-se ao objetivo estratégico de maximizar margens e valor para acionistas1.

O trimestre também marcou avanços em projetos de modernização do parque de refino — como a integração do Projeto Boaventura, aumento da capacidade de produção de diesel S10 em 76 mil barris/dia e de querosene de aviação em 20 mil barris. A empresa ainda reforçou sua trajetória de inovação com o início dos testes para produção de combustíveis sustentáveis (SAF) em grandes refinarias, mirando o mercado da aviação internacional e antecipando-se às exigências ambientais globais.


4. Perspectiva Financeira: Ebitda, Lucro e Dividendos

4.1 Projeções de EBITDA e Lucro

O forte desempenho operacional do 3T25 foi traduzido nas projeções financeiras mais recentes feitas por analistas do mercado. A XP Investimentos estima que o Ebitda ajustado da Petrobras no trimestre alcance US$ 11,3 bilhões, alta de 10,8% sobre o trimestre anterior. O número reflete tanto o aumento da produção quanto ganhos cambiais gerados pela valorização do real frente ao dólar, além de uma leve melhora no preço médio do Brent, que ficou na casa dos US$ 69/barril (alta de 1,5% vs. 2T25)536.

Já o lucro líquido projetado é de US$ 4,3 bilhões, uma leve retração (8,5% menor na comparação trimestral) explicada por efeitos não recorrentes, ajustes contábeis e oscilação dos preços domésticos de combustíveis53.

Do ponto de vista do fluxo de caixa, a XP prevê FCFE (fluxo de caixa livre para o acionista) de US$ 2,7 bilhões, com Capex estimado em US$ 4,2 bilhões para o trimestre53.

4.2 Política e Projeção de Dividendos

Os resultados operacionais e financeiros sustentam a política de remuneração ao acionista, um dos pilares de atração para investidores na PETR4 nos últimos anos. Segundo a XP, a estimativa é de pagamento de US$ 2,3 bilhões em dividendos referentes ao período, representando um dividend yield trimestral de aproximadamente 3,3%5166.

Vale destacar que, embora este yield seja inferior ao praticado nos picos dos anos anteriores (quando superou 10% em trimestres excepcionais de alta do petróleo), o valor está alinhado a benchmarks globais e reflete o equilíbrio entre expansão de investimentos, sustentabilidade e preservação da atratividade ao investidor perante a volatilidade externa517181920.

O BTG Pactual, por sua vez, ressalta que a capacidade da Petrobras de manter dividendos robustos depende de uma combinação de preços internacionais do petróleo, ajustes no plano de investimentos e contenção de custos operacionais e de capital. Cerca de 78% dos US$ 19,6 bilhões previstos para investimentos em 2026 já estão em projetos aprovados, mas a flexibilidade para cortes abre margem para ampliar os dividendos em cenários de pressão sobre o Brent6.

No calendário de pagamentos, a Petrobras realizou duas distribuições já em 2025: agosto (R$ 0,45 por ação em JCP) e setembro (R$ 0,30 por ação em dividendos e R$ 0,14 por ação em JCP)1719. A empresa já anunciou previsões para novos repasses até dezembro de 2025, reforçando seu compromisso com a regularidade dos retornos ao investidor e consolidando-se como uma das maiores pagadoras de proventos da bolsa brasileira.


4.3 Avaliação de Indicadores Financeiros

Uma análise dos indicadores consolidados mostra que a PETR4 ostenta margem líquida de 15,69% e payout de 93,28%, segundo dados atualizados até outubro de 202520. O Dividend Yield acumulado em 12 meses ficou em torno de 17%, colocando o papel entre os favoritos de estratégias de geração de renda. O preço/lucro está em 5,02, e o preço/valor patrimonial em 0,97, sugerindo desconto frente aos múltiplos históricos de grandes petroleiras internacionais.

A comparação com concorrentes locais como PRIO, Vibra Energia (VBBR3) e Petrorecôncavo (RECV3) evidencia que, além da vantagem do payout, a Petrobras sustenta ROE de 19,38%, resultado da resiliência operacional e do ganho de escala dos principais polos do pré-sal20.


5. Reação do Mercado e Cotação de PETR4

5.1 Desempenho das Ações

A performance das ações ordinárias e preferenciais da Petrobras reflete tanto o otimismo com os bons números operacionais quanto a cautela do mercado frente ao cenário macroeconômico e ao ciclo de investimentos anunciado para os próximos anos. Entre setembro e outubro de 2025, a cotação de PETR4 oscilou entre R$ 28,86 e R$ 32,80, fechando o período pesquisado próximo aos R$ 30,30212220.

No acumulado de 12 meses, a ação apresentou variação negativa de cerca de 4%, comportamento atribuído a fatores como realização de lucros após o rali de 2021-2023, maior pressão do governo sobre a política de preços, e indefinição quanto ao novo plano estratégico para o ciclo 2026-20302220. Cabe ressaltar que, apesar do recuo, a ação figura entre as mais negociadas da B3 e mantém posição de destaque nos grandes índices de dividendos do mercado brasileiro (IDIV, por exemplo)20.

5.2 Percepção dos Analistas e Tendências

Segundo casas de análise, o aumento do risco político, a queda do petróleo Brent (que chegou a US$ 61/barril, mínima em cinco meses), e a indicação de redução dos investimentos no próximo plano estratégico pesam sobre o upside da ação. Mesmo assim, o BTG Pactual mantém recomendação de compra para PETR4, com preço-alvo de R$ 44, o que representaria potencial de valorização de até 47% frente ao fechamento recente623.

A XP Investimentos reforça a posição positiva no ativo, apontando que robustez do fluxo de caixa e disciplina na alocação de capital podem garantir resiliência dos resultados, sobretudo pela vantagem competitiva do pré-sal, que oferece custos de extração inferiores aos de muitos concorrentes globais563.


6. Comparação Internacional: Petrobras vs. Maiores Petroleiras Mundiais

O ciclo de resultados trimestrais de 2025 não foi positivo apenas para a Petrobras. Diversas petroleiras globais divulgaram balanços com crescimento operacional e financeiras sustentadas pela demanda resiliente de petróleo e gás, mesmo com volatilidade geopolítica — como Shell, ExxonMobil, Equinor e TotalEnergies242526.

No entanto, especialistas afirmam que a estatal brasileira, em ciclos recentes, teve que oferecer um dividend yield até cinco pontos percentuais acima do praticado por gigantes internacionais para manter seu apelo junto aos investidores, em função do aumento dos riscos de governança e maior intervenção do governo federal em temas como política de preços e planos de investimento6.

A produção total de petróleo do Brasil, com forte peso do pré-sal, aproxima-se dos grandes exportadores globais, consolidando o país e a Petrobras como referências estratégicas no mercado internacional de energia. A velocidade do ramp-up de plataformas no pré-sal brasileiro, a incorporação de novas tecnologias de redução de emissões (cases como HISEP na Petrobras e turbinas a gás de ciclo combinado em unidades da Equinor), e a integração de refinarias com biocombustíveis tornam o setor nacional mais competitivo na disputa por investidores e contratos de fornecimento132625.

Mesmo em meio a desafios — pressões regulatórias, preocupações ambientais, volatilidade do Brent e ascensão de energias renováveis —, o setor global de petróleo distribuiu cerca de US$ 213 bilhões em dividendos e US$ 136 bilhões em recompras de ações somente em 202427. O compromisso da Petrobras com remuneração robusta e disciplina financeira teve papel fundamental para sua valorização de marca e manutenção do portfólio de clientes internacionais.


7. Tendências, Estratégias e Desafios do Setor de Petróleo no Brasil em 2025

7.1 Transição Energética e Sustentabilidade

O relatório trimestral da Petrobras ressalta avanços estratégicos em descarbonização, novos combustíveis e eficiência operacional. O início da produção de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), a flexibilidade para integrar matérias-primas renováveis em grandes refinarias (como a REDUC), e a meta de comercializar até 10 mil barris/dia de SAF reforçam o compromisso da empresa com a transição energética2829.

Os projetos em implementação permitem alinhar os produtos de baixo carbono da Petrobras às exigências CORSIA (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation) a partir de 2027, abrindo oportunidades em contratos globais altamente valorizados por indicadores ESG.

A estatal mantém liderança em iniciativas de captura e armazenamento de carbono (CCUS), com centenas de milhões de toneladas de CO2 reinjetadas desde o início da exploração do pré-sal. Além disso, tecnologias como FPSOs "All Electric" e flare fechado aceleram o ciclo de inovação verde, aproximando o portfólio brasileiro de padrões internacionais e aumentando sua competitividade em mercados exigentes quanto ao perfil ambiental do produto111429.

7.2 Investimentos, Diversificação e Modernização

O próximo ciclo de investimentos divulgado pela Petrobras prevê cerca de US$ 98 bilhões em execução nos próximos cinco anos, contemplando pelo menos dez novos FPSOs, projetos de modernização do parque de refino e importantes avanços em gás natural, bioenergia e energia elétrica629. No segmento de energia, as vendas de eletricidade cresceram 17% no trimestre, enquanto usinas termelétricas ampliaram a entrega de potência ao sistema nacional.

No plano regulatório, a obtenção da licença ambiental para perfuração exploratória na Margem Equatorial marca o início da diversificação geográfica das reservas nacionais, mirando reposição de ativos e liderança energética duradoura. Entretanto, o debate ambiental quanto à expansão de poços em novas áreas permanece intenso, refletindo o desafio de harmonizar produção energética e sustentabilidade ambiental. Grupos ambientalistas demandam ampliação dos investimentos em energia limpa, ao passo que a Petrobras defende a importância do petróleo na matriz até, pelo menos, década de 204029.

7.3 Política de Preços e Competitividade

As discussões públicas sobre a política de preços dos combustíveis, potencial intervenção governamental e abordagem do plano estratégico 2026-30 geram volatilidade nas perspectivas dos investidores. Analistas ressaltam que, caso o Brent permaneça abaixo de US$ 70-80/barril, a Petrobras precisará ajustar investimentos e cortar custos para manter o patamar de dividendos e retorno sobre o capital investido6.

Por outro lado, a posição de liderança em eficiência, produtividade do pré-sal e presença global permite à companhia administrar melhor pressões sazonais e tendências de mercado, diferentemente de empresas com portfólios dependentes de ativos maduros ou reservas de custo mais elevado. O fluxo constante de novos FPSOs e a resiliência do portfólio do pré-sal sustentam a expectativa de crescimento e rentabilidade mesmo em contextos adversos.


Considerações Finais: Oportunidades no Horizonte

O terceiro trimestre de 2025 confirmou de forma inequívoca a força operacional, financeira e estratégica da Petrobras (PETR4) como líder do setor energético nacional e player global relevante. Os recordes de produção, a performance das plataformas FPSO Almirante Tamandaré e Marechal Duque de Caxias, a robustez do pré-sal, o avanço em descarbonização, os dividendos atrativos e o posicionamento competitivo frente a petroleiras internacionais compõem o alicerce dos resultados históricos do período.

Para o investidor e para o mercado, a principal mensagem é de confiança na capacidade da companhia de equilibrar geração de valor, eficiência operacional e modernização de seu parque produtivo. O desafio, no entanto, permanece na necessidade de adaptação rápida às mudanças do cenário macroeconômico, pressões regulatórias e transição energética acelerada.

Se, por um lado, a política de dividendos generosa coloca a PETR4 à frente de muitos concorrentes, por outro, a dependência do preço do Brent e da disciplina de investimentos exige cautela e atenção constante ao plano de longo prazo. O sucesso da Petrobras daqui para frente dependerá de sua habilidade em inovar, modernizar operações, conter custos e, acima de tudo, liderar a agenda de energia sustentável sem perder a competitividade no mercado tradicional de petróleo e gás.

No curto prazo, todos os olhos voltam-se para a divulgação oficial do balanço financeiro em 6 de novembro de 2025, que poderá trazer novas surpresas positivas ao mercado — e definir, mais uma vez, o ritmo do setor de óleo e gás brasileiro até o final da década.


Observação: Este artigo se baseia em dados e relatórios oficiais da Petrobras, ANP, EPE, bancos de investimento (XP, BTG), veículos de mídia especializados (Money Times, Seu Dinheiro, InfoMoney, Estadão Investidor, O Globo, CNN Brasil, Suno, Investidor10) e publicações técnicas reconhecidas do setor.



Referencias Bibliográficas

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28EPE publica o Boletim de Conjuntura da Indústria do Óleo & Gás do .... https://www.epe.gov.br/pt/imprensa/noticias/epe-publica-o-boletim-de-conjuntura-da-industria-do-oleo-gas-do-primeiro-semestre-de-2025

29Óleo e Gás Brasil 2025. https://qlpgroup.com.br/oleo-e-gas-brasil-2025/

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